quinta-feira, abril 13, 2006

SOBRE TUDO O QUE EU NÃO SEI







Bem vindo ao clube, Sr. Angeli!

segunda-feira, abril 10, 2006

quinta-feira, março 30, 2006

SOBRE O MANTEGA

Ahhh, é áquilo que á gênte pássa nô pão...



















(Tá bom, essa foi péssima!)

sexta-feira, março 24, 2006

SOBRE OS PORQUES PARA O GOVERNO FEDERAL

Já sei que tenho amigos que vão ficar bravos, mas meu lado criança está fora de controle. Volto aos quatro anos de idade e pergunto a quem puder responder: POR QUE???
Por que não houve cassação de mensaleiros em massa? Por que ninguém diz o que foi que realmente aconteceu nos bastidores de Brasília? Por que o caseiro Francenildo Costa está sendo investigado como se ele fosse o criminoso?
Eu não quero ouvir aquela história de "Isso já acontecia em outros governos". É uma péssima justificativa. Era pra acontecer com outros governos, não com esse.
Eu me sinto como se estivessem sapateando em cima do meu título de eleitor. E sinceramente, eu estou com vontade de fazer isso mesmo!











(Clique na imagem pra ver o vídeo copiado descaradamente do Blog do Noblat )

quinta-feira, março 23, 2006

SOBRE ACORDAR CEDO








Este final de semana eu vou ganhar na mega sena e ponto final!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

SOBRE OS ROLLING STONES NO RIO













"It´s only Rock and Roll, but i like it."

terça-feira, fevereiro 14, 2006

SOBRE O FOGO

"Tudo começou quando o filho morria de vergonha porque o pai era palhaço de um circo sem futuro. E ele cresceu sem dizer onde é que o pai trabalhava para os amigos.
Sempre muito envergonhado, cresceu com a vida amargurada, se formou em outra coisa e um certo dia recebe a notícia que o pai está no leito de morte. Ele corre lá, entra no quarto, tira a gravata, tira o paletó, se ajoelha e diz:
- Pai, me ensina a ser palhaço...
[...]
- Pai, me ensina a ser palhaço...
[...]
- Pai, me ensina a ser palhaço...
[...]
E o velho palhaço, abrindo os olhos lentamente, disse:
-- Isso não se ensina, seu bosta!"


Tudo isso pra comentar a coisa mais transcedental que eu já vi na minha vida: CORDEL DO FOGO ENCANTADO.
Já tinha ouvido falar, mas como tinha sido opinião do ex, não dei muita bola. Até que eu os vi no show de aniversário da cidade, no último dia 25/01. Não existe nome pra classificar essa banda. Não há uma palavra que por si só sintetize a catarse provocada pelo som que eles fazem. Só sei que se rolasse mais uma chuvinha e mais meia hora de show, eu sinceramente não iria me responsabilizar pelo estrago que meus instintos poderiam provocar e acho que falo por grande parte dos que testemunharam a apresentação.
Eu quero mais... ai que vontade de largar tudo e fugir pra Arcoverde/PE e deixar que este fogo me consuma até que só reste cinzas e maquiagem.
Recomendado? Recomendadíssimo!!! Aliás, compre dois ou mais ingressos. Pros seus amigos? Não, é pra você mesmo. Assistir uma vez só é muito pouco, vai por mim.

SOBRE O AMOR - PARTE 2

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.















"Os Três Mal-Amados", constante do livro "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas", Editora Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág.59.