sábado, novembro 06, 2004

SOBRE A FELICIDADE ALHEIA

Eu odeio gente alegrinha. Nada errado quanto a felicidade alheia, mas, existe coisa mais vampirizante do que quando você está de mal humor, naqueles dias em que se sente no fundo do poço fazendo esculturas com a lama na qual você está enterrado até o pescoço e ter alguém na boca do poço cantarolando:

"Eu sou feliz, eu tô auto astral! Tô sorrindo a tôa, curtindo numa boa, vou liberar geral!"
(Xuxa, 2002)
Neste caso, matar o (in) feliz com requintes de crueldade pode ser considerado legítima defesa.

Não se sinta culpado em ter maus pensamentos nesta ocasião. Ninguém é obrigado a ficar bem o tempo todo. Cabe a quem está ao seu lado ter um pouco de paciência e esperar a poeira baixar. Seus amigos são seus amigos estando você de bem ou de mal com a vida, desde que é claro não ultrapasse os limites do respeito a si ao próximo e aos distantes e que se toque de que essa fase NÃO PODE DURAR MUITO TEMPO, porque ninguém tem saco de chumbo pra agüentar um mal humorado em tempo integral.

E aos alegrinhos de plantão: SEJAM FELIZES! Mas não fiquem por aí empurrando a sua felicidade pela garganta abaixo dos outros. Assim como um infeliz é chato o megafeliz também é quando chega na hora errada. Às vezes é importante, mas não é sempre que se quer uma "injeção de ânimo". Minha velha Avó Aurora dizia que não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe e que tudo na vida é passageiro menos cobrador e motorista, portanto a todos muita calma nessa hora.

A idéia é que todos sejam felizes ao mesmo tempo, mas teorias falham, então vamos dar uma volta e ficar espertos para o caso de que nossos sentimentos não estejam adequados a ocasião assim como uma gargalhada no meio de um velório.

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